sexta-feira, 25 de junho de 2010

Manifesto de Manila

Gente, eu tenho escrito na minha Bíblia desde a época da faculdade o Manifesto de Manila (1989) que reuniu 3000 pessoas representando cerca de 170 países para tratar do assunto de missões. Eis aqui o escrito...


"As escrituras declaram que o próprio Deus é o principal evangelista. Afinal, o Espírito de Deus é o Espírito da verdade, do amor, da santidade e do poder, e sem ele é impossível evangelizar. É ele que unge o mensageiro, confirma a palavra, prepara o ouvinte, convence o pecador, ilumina os cegos, dá vida aos mortos, capacita-nos a arrepender-nos e a crer, une-nos ao corpo de Cristo, assegura-nos de que somos filhos de Deus, leva-nos a ter o caráter de Cristo e a servir como ele, e então nos envia para sermos testemunhas de Cristo. Em tudo isso, a principal preocupação do Espírito Santo é glorificar a Jesus Cristo, revelando-o a nós e formando-o em nosso interior.

Toda evangelização implica em guerra espiritual com os principados e poderes do mal, e nessa guerra só podem prevalecer as armas espirituais, principalmente a palavra e o Espírito, com oração. Convocamos, pois, todos os cristãos a serem diligentes em suas orações, tanto em favor da renovação da igreja como da evangelização do mundo.

Toda conversão autêntica envolve um encontro de poderes, em que se demonstra a autoridade superior de Jesus Cristo. Não existe maior milagre do que este, em que o crente é libertado da escravidão de Satanás e do pecado, do medo e da futilidade, da escravidão e da morte.

Embora os milagres de Jesus tenham sido especiais, por serem sinais de sua messianidade e antecipações do seu reino perfeito, em que toda a natureza se sujeitará a ele, nós não temos hoje nenhum direito de impor limites ao poder do Criador que vive. Rejeitamos, pois, tanto o ceticismo que nega os milagres, como a arrogância que os exige, tanto a timidez que se afasta da plenitude do Espírito como o triunfalismo que nega a fraqueza em que se aperfeiçoa o poder de Cristo.

Arrependemo-nos de todo esforço baseado na confiança própria, seja de evangelizar pela nossa própria força, seja de dar ordens ao Espírito Santo. Determinamo-nos a, no futuro, não 'entristecer' nem 'apagar' o Espírito, mas procurar espalhar as boas novas 'com poder, com o Espírito Santo e com profunda convicção'".

Manifesto de Manila (1989)

Acho que dispensa comentários, apenas leia e releia quantas vezes quiseres...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

É possível ver e não enxergar?

Esta pergunta pode parecer meio estranha mas tenho uma resposta para ela: sim. É possível ver e não enxergar. Vamos dar uma olhada neste vídeo da banda Casting Crowns!




A música fala de uma realidade presente em nossas igrejas. Tantas pessoas que passam por angústias e sofrimentos, talvez por não terem tido uma família que desse o amor que elas precisassem, por serem discriminadas ou por tantos outros fatores que levam uma pessoa a se sentir abandonada e angustiada. E o que nós como igreja temos feito? Vemos esta realidade diariamente "sob a sombra de nossas torres", como diz a música, mas não a enxergamos. Fazemos de conta de que o sofrimento dos outros não tem nada a ver comigo ignorando o mandamento de Jesus de amar ao próximo como a si mesmo.

Diante do descaso que nossa igreja muitas vezes demonstra em relação ao próximo, lembro-me da parábola do bom samaritano (Lc 10.25-37 - leia em http://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/10). Um intérprete da lei pergunta a Jesus sobre quem é o meu próximo. Ao contrário talvez do que iríamos ou gostaríamos de pensar, o nosso próximo é aquele que muitas vezes é o diferente ou aquele que muitas vezes tratamos com descaso. Os judeus não se davam com os samaritanos. Um certo homem foi assaltado e deixado em trapos na beira do caminho. Passou um sacerdote, aquele que era o representante das pessoas diante de Deus na época, viu o homem e não fez absolutamente nada para ajudá-lo. Passou um levita, que cuidava do templo, das questões dos cultos, da música, e também viu o homem e nada fez. O texto deixa claro que os dois viram o homem mas não fizeram nada. Poderia dizer que viram, mas não enxergaram.

O que aconteceu em seguida? Passou um samaritano, tido pelos judeus como um povo praticamente pagão, por mais que descendessem do povo judeu. Ele, ao contrário dos líderes do povo judeu, ajudou aquele homem. Limpou suas feridas, o levou para uma hospedaria, tratou dele e ainda pagou todas as despesas que ele teria em sua hospedagem. Aquele a quem ninguém dava nada foi quem ajudou o homem ferido. Aquele a quem as pessoas da igreja rejeitaram. Ele não se importou se a pessoa a quem ele iria ajudar era diferente dele... ele somente ajudou. Quem é o nosso próximo? São os que estão em nosso lado, os nossos amigos familiares, mas também aquele que é diferente de nós. Aquele que muitas vezes temos vontade de passar distante (e que muitas vezes fazemos) em vez de ajudar.

Quantas pessoas passam em nossas vidas e em volta de nossas igrejas que olhamos torto, pela forma que a pessoa está vestida ou por julgarmos suas ações... quantas pessoas deixamos de ajudar e de prestar socorro em meio a suas angústias e dificuldades somente porque são diferentes...

É hora de abrirmos as nossas igrejas e as nossas vidas para aquelas pessoas que, como diz a música, estão andando na direção oposta e que precisam de uma ajuda para se encontrarem. É hora de abrirmos as nossas igrejas e as nossas vidas para aquelas pessoas que são diferentes de nós. Jesus quer fazer a diferença na vida dessas pessoas também, assim como fez na nossa, e quer nos usar muitas vezes para tal.

Que não façamos das nossas igrejas um lugar seleto onde somente os nossos escolhidos entram mas sim aqueles a quem Deus escolheu. Que não somente vejamos as pessoas que precisam de ajuda, de qualquer tipo de ajuda, mas que as enxerguemos estendendo a mão à elas. O nosso texto termina com as palavras de Jesus: "Vai e procede tu de igual modo". Esse é o meu desejo em minha vida e que seja na tua também. Amém.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Deixes ser transformado...

"Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus"
Rm 12.1-2

O Livro de Romanos tem como foco central a justificação pela fé. Todas as pessoas são indesculpáveis diante de Deus, ou seja pecadoras. Pela graça de Deus, oferecida a todos na cruz, as pessoas mediante a fé são salvas. É diante disto que Paulo roga a igreja de Roma (e hoje fala a nós também) que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este sacrifício significa a apresentação dos nossos corpos a Deus. Não somente o nosso interior, como muitas vezes se prega por aí, mas toda a nossa pessoa. Jonh Stott em seu comentário sobre a carta aos Romanos diz: "Nenhum culto é agradável a Deus quando é puramente interior, abstrato e místico; nossa adoração deve expressar-se em atos concretos de serviço manifestados em nosso corpo". Ou seja, tudo aquilo que eu faço deve ser apresentado diante de Deus como sacrifício. Um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.

Paulo então faz uma advertência: Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente. Não é possível oferecer um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus amoldando-se ao padrão deste mundo, pois são duas realidades incompatíveis. Fico assustada como cada vez mais cristãos se deixam amoldar pelos "padrões deste mundo" e vemos cada vez mais lares cristãos destruídos, pois não há diálogo, compreensão, amor... quando coloca-se o dinheiro e a ganância como centro... quando não há honestidade e há deslealdade... isso sem contar tantas outras coisas bizarras que acontecem e os cristãos acabam se amoldando.

Transformem-se pela renovação da sua mente... ou melhor, deixem-se ser transformados pela renovação da mente. É uma transformação que vem de fora. É uma transformação que vem de Deus! Deus quer transformar a nossa vida como um todo para que fujamos da grande correnteza que nos arrasta diariamente. Como os peixes que nadam contra a correnteza, somos chamados a viver da mesma forma. Não nos conformar com tudo o que ouvimos e vemos, não nos deixar levar por qualquer coisa que lemos.

Renovação da sua mente. Deus quer que pensemos um pouco mais sobre as coisas que nos cercam para que não sejamos arrastados por qualquer modismo que aparece só porque todos assim o fazem.
Somente uma mente renovada pode experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. E sobre esta vontade conversamos uma outra hora...

Que Deus renove a nossa mente e transforme a nossa vida diariamente!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

E viva a juventude!


Hoje é dia de comemoração. O povo desta foto faz parte do grupo de jovens da nossa igreja (IECLB) que hoje está completando 2 anos. Somos um grupo novo e por isso temos muitos desafios pela frente. O trabalho com jovens e adolescentes enfrenta grandes obstáculos, pois é nesta fase que se quer descobrir todos os prazeres da vida. Semana após semana somos desafiados a mostrar a estes jovens o quão a vida com Cristo é emocionante e que vale a pena ser vivida. Que Cristo morreu por cada um para que seja possível uma nova vida.

Cremos que Cristo está no comando das nossas vidas e das vidas desta galerinha amada. Que Deus continue abençoando e permitindo que comemoremos muitos aniversários ainda!! Feliz Aniversário para todos nós!!!


domingo, 13 de junho de 2010

Amor em tempos de crise


Ontem comemoramos o dia dos namorados. Um dia que mexe com o sentimento e o imaginário de muitas pessoas. Quem tem um amor quer se encontrar com a pessoa amada e fazer mil declarações e juras de amor e quem não tem, gostaria de ter, nem que fosse só por um dia. Um dia ao ano em que o comércio aproveita para vender bastante com o discurso de que é preciso demonstrar o quanto amamos com um presentinho...

Ah, o amor...
vejo ele em tempos de crise. Crise nos relacionamentos e crise em relação ao próprio amor. Vejo pessoas buscando um amor do tipo "fast food"... me alimenta rapidinho, supre minhas necessidades rapidamente até o horário da próxima refeição, em que provavelmente encontro outro lugar para me alimentar. Um "amor" que vale só para o momento que é descrito muito bem pelas principais músicas sertanejas da atualidade... em outras palavras, um falso amor.

As pessoas não querem se comprometer antes dos 30 anos de idade. Até então, só querem se divertir e aproveitar a vida. Infelizmente vivem na ilusão. Não percebem que vão se desgastando emocionalmente e que desta forma será muito difícil manter um relacionamento saudável por muito tempo, quando assim o quiserem. Infelizmente vejo esta realidade adentrando pelas portas das nossas igrejas. Lamentavelmente, os cristãos se deixam levar por este modismo muitas vezes em vez de serem sal e luz.

O poema de 1Coríntios 13 que é mundialmente conhecido não é colocado em prática, pois ele fala de um verdadeiro amor, um amor que compromete. Compromete duas pessoas a se manterem firmes e fiéis uma a outra. A serem pacientes, bondosos, sem inveja, sem orgulho, não procurando os seus próprios interesses uns com os outros. O amor "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (1Co 13.7). O verdadeiro amor gera um compromisso entre as pessoas, que não gira em torno do meu próprio bem estar, mas se quer o bem estar do outro. Há uma troca, há compreensão.

Nós cristãos temos um papel importantíssimo em propagar esta mensagem bíblica, não com a nossa fala, mas com a nossa vida. Viver este compromisso, viver este amor no nosso dia-a-dia. Nos nossos casamentos, para que ele não se acabe. Na procura da pessoa ideal, para poder compartilhar deste modo de vida com a outra pessoa.

Que Deus nos abençoe nesta caminhada diária... e viva o amor!!!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Bíblia - versão em português


A primeira versão da Bíblia em português foi feita por João Ferreira de Almeida. Português, nascido em 1628, tinha 16 anos quando traduziu o Novo Testamento, a partir das versões latina, espanhola, francesa e italiana. Anos depois começou a tradução de toda a Bíblia a partir dos originais, grego e hebraico. Com sua morte em 1691, aos 63 anos, não conseguiu concluir a tradução, faltando o livro de Daniel e os 12 profetas menores, sendo concluída, então, por Jacobus Akken.
Somente em 1809 a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira começou a editá-la e em 1814, discretamente, a ser introduzida em solo brasileiro. Em 1856, esta mesma Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira abriu um depósito permanente de Bíblias no Rio de Janeiro.
A Bíblia de Almeida, após muitos anos e várias revisões, ainda é a versão preferida de portugueses e brasileiros. Outras versões, que a eu ver são as mais conhecidas, são a de Jerusalém, NTLH (Nova tradução da Linguagem de Hoje), a própria Linguagem de Hoje e a NVI (Nova Versão Internacional).

Os dados históricos tirei do livro:

César, Elben M. Lenz. História da Evangelização do Brasil – Dos Jesuítas aos Neopentecostais. Ed. Ultimato, que eu recomendo para quem quer ter um apanhado geral de como aconteceu a história da Evangelização no Brasil.

Achei interessante a história de como a versão em português da Bíblia foi feita e como chegou até nós. É importante conhecermos a nossa história e a história das coisas que nos cercam...


terça-feira, 8 de junho de 2010

Epitáfio

O que estará escrito no nosso túmulo?



A pergunta que eu fiz antes do vídeo pode parecer meio fúnebre, mas é sobre isto que esta música de Sérgio Britto, interpretada por Tangos e tragédias, fala. Alguém que chega no final de sua vida e olhando pra trás percebe que deveria ter feito muita coisa diferente: amado mais, trabalhado menos, chorado mais, ter visto o sol nascer, se arriscado mais, ter errado mais, ter aceitado as pessoas como elas são, complicado menos, ter me importado menos por problemas pequenos, ter morrido de amor!

Esta é uma cena típica da maioria da população mundial: colocam uma importância muito grande em cima daquelas coisas que não deveriam. Por isso há tantas pessoas estressadas, deprimidas, solitárias. Pergunto de novo, o que estará escrito no meu túmulo? Será que vou ter feito esta constatação que a música aponta de que olhando pra trás eu percebo de que deveria ter feito tudo, ou muita coisa diferente? Ou vou poder constatar que a vida realmente valeu a pena?

Mas o que isto tem a ver com vida cristã? A resposta é tudo! Infelizmente a igreja tem a mania de muitas vezes amarrar, prender as pessoas com o seu catálogo de pode ou não pode fazer. Isso é triste e não é o que o evangelho de Jesus anuncia. Cristo quer libertar as pessoas e não prendê-las (Gl 5.1). O pecado aprisiona. Cristo liberta! Não vamos inverter os papéis.

Percebo que os cristãos muitas vezes vivem da mesma forma que os não cristãos. Trabalham excessivamente, não cuidam com zelo dos seus relacionamentos (amigos e família). Creio que deveria haver uma diferença neste sentido entre cristãos e não cristãos.

Mas o que eu quero realmente chamar atenção é que Deus quer que aproveitemos a nossa vida já aqui. Muitos cristãos pensam que vida mesmo só terão o dia em que Jesus voltar. Eles tem uma certa razão, pois lá no céu teremos nova vida, eu diria uma vida perfeita. Mas, o fato de que Deus quer vivamos uma vida melhor já aqui não pode ser esquecida. Ricardo Gondim escreveu uma frase que me marcou muito e quero compartilhar com vocês: "Acredito que vem de Deus a minha teimosia em acreditar que não precisamos esperar morrer para começar a viver. E, como passamos rapidamente, sugiro que comecemos já. Soli Deo Gloria".

Eu creio nisto também. A nossa vida passa ligeiramente e creio que Deus quer que amemos mais, nos importemos menos com problemas pequenos, que vejamos o sol nascer e o sol se pôr... que aproveitemos mais o nosso dia-a-dia com o que realmente importa, para que não tenhamos a triste constatação mais tarde de que nossa vida não valeu a pena. Como sempre falo para os jovens do grupo em que participo e ajudo a liderar, Carpe Diem - aproveite bem o seu dia! Aproveite muito bem a sua vida. Cristo nos libertou para isto também!



segunda-feira, 7 de junho de 2010

Seja transformado


O nome do blog surgiu a partir do texto de Romanos 12.1-2. A vida cristã muitas vezes não é levada a sério e a Palavra de Deus acaba sendo distorcida por não cristãos e também por igrejas que querem fazer com que a Bíblia sirva para justificar sua teologia simplória. A proposta deste blog é de conversarmos a respeito da vida cristã a partir da Palavra de Deus e de como Deus quer transformar as nossas vidas e a vida da igreja por meio de Jesus Cristo. Escreverei sobre os meus pensamentos, estudos, aquilo que coloco ou quero colocar em prática na minha vida e no ministério que tenho exercido. Questões sobre liderança, discipulado e outras questões relevantes também farão parte deste blog. Ou seja, tudo aquilo que me faz pensar e refletir, sentada num banquinho na praia ou em qualquer outro lugar, terá espaço aqui!! Até mais...