quarta-feira, 23 de junho de 2010

É possível ver e não enxergar?

Esta pergunta pode parecer meio estranha mas tenho uma resposta para ela: sim. É possível ver e não enxergar. Vamos dar uma olhada neste vídeo da banda Casting Crowns!




A música fala de uma realidade presente em nossas igrejas. Tantas pessoas que passam por angústias e sofrimentos, talvez por não terem tido uma família que desse o amor que elas precisassem, por serem discriminadas ou por tantos outros fatores que levam uma pessoa a se sentir abandonada e angustiada. E o que nós como igreja temos feito? Vemos esta realidade diariamente "sob a sombra de nossas torres", como diz a música, mas não a enxergamos. Fazemos de conta de que o sofrimento dos outros não tem nada a ver comigo ignorando o mandamento de Jesus de amar ao próximo como a si mesmo.

Diante do descaso que nossa igreja muitas vezes demonstra em relação ao próximo, lembro-me da parábola do bom samaritano (Lc 10.25-37 - leia em http://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/10). Um intérprete da lei pergunta a Jesus sobre quem é o meu próximo. Ao contrário talvez do que iríamos ou gostaríamos de pensar, o nosso próximo é aquele que muitas vezes é o diferente ou aquele que muitas vezes tratamos com descaso. Os judeus não se davam com os samaritanos. Um certo homem foi assaltado e deixado em trapos na beira do caminho. Passou um sacerdote, aquele que era o representante das pessoas diante de Deus na época, viu o homem e não fez absolutamente nada para ajudá-lo. Passou um levita, que cuidava do templo, das questões dos cultos, da música, e também viu o homem e nada fez. O texto deixa claro que os dois viram o homem mas não fizeram nada. Poderia dizer que viram, mas não enxergaram.

O que aconteceu em seguida? Passou um samaritano, tido pelos judeus como um povo praticamente pagão, por mais que descendessem do povo judeu. Ele, ao contrário dos líderes do povo judeu, ajudou aquele homem. Limpou suas feridas, o levou para uma hospedaria, tratou dele e ainda pagou todas as despesas que ele teria em sua hospedagem. Aquele a quem ninguém dava nada foi quem ajudou o homem ferido. Aquele a quem as pessoas da igreja rejeitaram. Ele não se importou se a pessoa a quem ele iria ajudar era diferente dele... ele somente ajudou. Quem é o nosso próximo? São os que estão em nosso lado, os nossos amigos familiares, mas também aquele que é diferente de nós. Aquele que muitas vezes temos vontade de passar distante (e que muitas vezes fazemos) em vez de ajudar.

Quantas pessoas passam em nossas vidas e em volta de nossas igrejas que olhamos torto, pela forma que a pessoa está vestida ou por julgarmos suas ações... quantas pessoas deixamos de ajudar e de prestar socorro em meio a suas angústias e dificuldades somente porque são diferentes...

É hora de abrirmos as nossas igrejas e as nossas vidas para aquelas pessoas que, como diz a música, estão andando na direção oposta e que precisam de uma ajuda para se encontrarem. É hora de abrirmos as nossas igrejas e as nossas vidas para aquelas pessoas que são diferentes de nós. Jesus quer fazer a diferença na vida dessas pessoas também, assim como fez na nossa, e quer nos usar muitas vezes para tal.

Que não façamos das nossas igrejas um lugar seleto onde somente os nossos escolhidos entram mas sim aqueles a quem Deus escolheu. Que não somente vejamos as pessoas que precisam de ajuda, de qualquer tipo de ajuda, mas que as enxerguemos estendendo a mão à elas. O nosso texto termina com as palavras de Jesus: "Vai e procede tu de igual modo". Esse é o meu desejo em minha vida e que seja na tua também. Amém.

2 comentários:

  1. José Bastos dos Santos Junior26 de junho de 2010 às 10:58

    Legal marida! Continue a utilizar as escrituras para a realidade no dia-a-dia das pessoas, pois isso faz toda a diferença.

    Beijos.

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  2. Obrigada marido... quando quiseres postar algo, fique a vontade!!!

    Beijos...

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